Pesquisa registra aumento de interesse do consumidor por orgânicos nos supermercados
A oferta de orgânicos em supermercados é considerada um diferencial por quase metade (46%) dos consumidores, aponta nova pesquisa Tendências do Consumidor em Supermercados, da Associação Paulista de Supermercados (APAS), divulgada nesta terça-feira (30), em São Paulo.
O levantamento ouviu 2 mil pessoas, com mais de 16 anos, em todo o país e avalia os hábitos dos brasileiros na hora da compra nos supermercados.
A maioria dos consumidores que considera a sessão de produtos orgânicos, naturais ou lojas especializadas em produtos saudáveis muito importante são mulheres (50%), com 55 anos ou mais (49%), da região Sul (55%) e está concentrada na classe A (51%).
Em 2017, o Organis divulgou pesquisa que mostrava o mesmo perfil – 15% consumiam orgânicos pelo menos uma vez por mês, em todas as camadas sociais, a maior concentração está na região sul e às mulheres eram responsáveis pelas escolhas saudáveis.
(Foto: Organis)
A pesquisa aponta os hábitos dos novos consumidores: autoatendimento (39%), programas de fidelidade (34%), o delivery (33%) e e-commerce (15%) também apontados como diferencial.
“O supermercadista sabe que investir na saudabilidade é essencial para atender o consumidor, em especial em produtos frescos (FLV) e orgânicos. Metade dos clientes se importa com esses produtos e a outra metade acredita que faz diferença no mix de marcas. Então, ter produtos saudáveis é imperativo para o varejo”, disse Ronaldo Santos, presidente da APAS.
O presidente do Conselho do PMA Brasil (Produce Marketing Association), Giampaolo Buso, concorda com o crescimento da demanda de produtos frescos nos super e hipermercados: “Longevidade, bem estar e alimento seguro é um desejo intrínseco das pessoas por viver bem! Frutas, legumes e verduras reforçam a percepção saudável do alimento. Precisamos garantir a qualidade deste alimento e estimular um consumo sem moderação!”
Tecnologia
A pesquisa ainda revela que a tecnologia mudou o perfil dos consumidores. Eles buscam informações sobre produtos em diferentes canais (digital e físico), esperam diferentes experiências e comparam preços.
Cerca de 15% dos entrevistados já fazem compras em supermercado pela internet, 2,5% do share. O hábito é mais frequente entre jovens de até 24 anos e a preferência atinge 19% na Classe A e 16% na classe C.
A opção de comprar pela internet e retirar na loja (18%) e serviços de assinatura mensal de produtos (10%) também foram mencionados pelos clientes. Por isso, a APAS entende que o setor vive seu momento Ominichannel – vende nos canais lojas e digital, em especial o aumento dos aplicativos por mobile.
Entretanto, os supermercados ainda concentram a preferência dos consumidores (59%) nas compras do dia a dia, independente da classe social, idade ou sexo. Para 22%, os mercadinhos de bairro e vizinhança são a primeira opção, seguidos pelos atacados e atacarejos, com 12%.
Para o futuro, os supermercados devem investir no desenvolvimento de vendas online e adoção de inovações tecnológicas, como caixas mais rápidos, aplicativos, caixas de autoatendimento e instalação de chips em todos os produtos.
“Vemos um potencial incrível na internet e nos aplicativos, que representam uma parcela significante da população. Estar presente no mundo online é fator obrigatório para o sucesso dos supermercados”, avalia Ronaldo Santos, presidente da APAS.
O cientista de consumo e professor do IBMEC, Fabrizzio Topper, acredita que o digital ajuda na estratégia de venda: “Vamos cuidar de garantir que estamos vendendo mais, ao mesmo tempo que geramos mais valor percebido e otimizamos ao máximo o potencial de cada interação com o consumidor”.
Fonte: https://bit.ly/2ZPo1wW