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Oito fatos sobre o consumo de orgânicos no Brasil

Os brasileiros estão consumindo mais alimentos orgânicos. Em busca de uma vida mais saudável, 31% dos moradores do país optaram por uma alimentação sem agrotóxicos em 2021. É o que mostra a pesquisa "Panorama do consumo de orgânicos no Brasil", desenvolvida pela Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis), junto à empresa Brain Inteligência Estratégica e à iniciativa Unir Orgânicos.

O relatório foi publicado no final de janeiro deste ano e é um mapeamento bienal do mercado nacional de produtos orgânicos. Em seu conteúdo, são abordadas as características dos consumidores desse setor, as demandas para os anos seguintes, bem como uma análise comercial e comportamental, a partir da comparação com os dados obtidos em 2017 e 2019. A Globo Rural selecionou os oito destaques da edição de 2021.

O que é um alimento orgânico?
Vale destacar que, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o “produto orgânico” é definido como aquele “oriundo de processo extrativista sustentável e não prejudicial ao ecossistema local”. Isso quer dizer que, durante o cultivo desses alimentos, não ocorre a aplicação de estimulantes artificiais, como os agrotóxicos. Em comparação aos alimentos que foram submetidos a esses tratamentos químicos, o consumo de orgânicos ainda é pequeno no Brasil, mas o estudo mostra que esse número vem aumentando.

1. Mais de 30% dos brasileiros consomem orgânicos
A pesquisa identificou que, em 2021, 31% dos entrevistados afirmou que consumiu no período de um mês - 30 dias - pelo menos um produto orgânico. Em comparação aos anos anteriores, esse número era equivalente a 19% em 2019 e 15% em 2017. O crescimento de 2019 para 2021 foi um salto 2,4 vezes maior que aquele percebido entre 2017 e 2019; e, em comparação ao percentual registrado em 2017 e 2021, houve um aumento significativo de cerca de 106%.

2. Moradores do Centro-Oeste e do Sul são os que mais se alimentam de orgânicos
Na ordem territorial, os principais consumidores de orgânicos estão nas regiões Centro-Oeste e Sul, ambas apresentando 39% dos entrevistados como um daqueles que se alimentam de orgânicos no período de um mês. O Nordeste ocupa o 2° lugar do ranking com 32%, seguido do Sudeste com 26% e, por fim, o Norte com 15%. Em comparação histórica, o Centro-Oeste cresceu de 17% para 39%, um aumento de 129% desde a última edição da pesquisa, o que o tornou a região com maior percentual de consumidores do Brasil.

3. A classe média é o principal público dos orgânicos
Com relação às classes sociais, o mercado, até o momento, consegue atingir com maior intensidade a população B2 (25%), C1 (24%) e C2 (22%), que representa a classe média. A partir desses dados, os pesquisadores analisam que existem “enormes espaços para crescer, especialmente no topo da pirâmide”. As classes mais abastadas - A1 e A2 -, por exemplo, representam apenas 10% e 13%, respectivamente.

4. Os produtos de hortifruti orgânico são os mais procurados
De longe, os produtos mais citados pelos entrevistados na pergunta “quais produtos orgânicos compra com maior frequência?” foram os de hortifruti, em 75% dos casos; o grupo engloba as frutas, os legumes, as verduras e as hortaliças. Além desses, a pesquisa destaca os grãos (12%), os cereais (10%), o açúcar (8%) e os biscoitos (6%).

5. A saúde é o foco dos consumidores de orgânicos
A respeito dos motivos pela busca dos orgânicos, todas as justificativas ressaltadas pelos entrevistados partiam de um mesmo princípio: os cuidados com a saúde individual. Não à toa, as falas mais comuns foram no sentido de “para melhorar a saúde” (47%) e “é mais saudável” (26%). Sobre esse ponto, a Organis pontua a necessidade de se “insistir na divulgação das vantagens dos orgânicos em questões que preocupam a sociedade, como a preservação do meio ambiente, a crise climática e a redução dos desequilíbrios socioeconômicos, entre outros”.

6. Os consumidores procuram com maior frequência os produtos em mercados e feiras
Onde o brasileiro compra esses alimentos? Os supermercados e as feiras são os favoritos, representando 48% e 47% das respostas, respectivamente. Os analistas, porém, ressaltam que existe uma demanda do público de que a disposição desses produtos nas lojas seja reorganizada. Segundo eles, 84% dos entrevistados desejam mais comodidade no dia a dia, o que pode ser alcançado com os alimentos do tipo todos concentrados em um mesmo local nos pontos de venda.

7. A apresentação do alimento é um dos fatores de maior impacto na hora da compra
Para além do preço (41%), a aparência do produto é o principal fator pela escolha de um ou outro produto orgânico, com cerca de 43% das respostas. A pesquisa salienta, ainda, a importância da certificação do produto como “orgânico”, bem como de sua correta exposição nas embalagens. Segundo o mapeamento, com a devida apresentação da certificação, o reconhecimento desses alimentos saltou de 3% em 2019 para 24% em 2021, um aumento significativo de 700%.

8. O preço alto assusta o consumidor
Se por um lado o preço não é o principal fator de escolha de um produto orgânico, esse cenário muda quando o entrevistado é questionado sobre o motivo para não consumir em maior quantidade esses alimentos. Os dados recolhidos mostram que, em 2021, o alto valor do produto é o maior impedimento para o aumento do consumo. Em comparação aos anos anteriores, essa é a maior média da justificativa, 67%, ante 2019 (65%) e 2017 (62%).

Fonte: https://globorural.globo.com/Noticias/Agricultura/noticia/2022/02/oito-fatos-sobre-o-consumo-de-organicos-no-brasil.html 

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